Ontem fechamos com chave de ouro o 1º Acorde pra Política! O tema Manipulação da Informação Política foi muito bem desenvolvido pelos convidados: João Brant, especialista em políticas de regulamentação e políticas de comunicação e membro do Coletivo Intervozes; Eduardo Carvalho, atuante nas áreas de cultura, educação e política através da comunicação; e Benito Rizzi, publicitário e coordenador de marketing de diversas campanhas políticas.
João começou sua exposição falando sobre democracia, comunicação, e o quanto esses dois conceitos são indissociáveis, de forma que comunicar e informar são direitos dentro do sistema democrático. Mas apenas o direto à livre expressão não garante a pluralidade de opiniões no Brasil, cujo sistema de mídia funciona através de um oligopólio de poucos grupos e emissoras que dominam a comunicação. Logo, o direito a comunicação pressupõe medidas de regulamentação para inserção de grupos e pontos de vista diferentes. O João faz parte do Coletivo Intervozes, que trabalha para assegurar que as diversas vozes, opiniões e culturas que compõem a nossa sociedade democrática tenham espaço para se manifestar.
Em seguida, Benito Rizzi nos contou um pouco da sua experiência em campanhas políticas na construção da estratégia e do discurso de um candidato, que deve sempre atender às expectativas da população. Sendo assim, “Campanha é campanha e política é política”, o discurso adotado por um candidato corrupto e despreparado, pode também ser usado por um candidato íntegro e capacitado. Também falou sobre as coligações absurdas que se fazem necessárias para que determinado partido tenha um bom tempo de propaganda política, o que significa necessariamente, muito mais chances de voto.
Eduardo Carvalho começou sua fala com a tragédia de Édipo Rei. Na Grécia, o berço da democracia, não havia imprensa, mas haviam outros meios para colocar um certo tipo de moral e construção ideológica, como as tragédias. Hoje a imprensa cumpre esse papel, e há manipulação em todo o tipo de informação, seja por interesses econômicos ou pela ideologia de quem produz a notícia. Sendo assim, temos que ter consciência de que quando lemos uma notícia, buscamos reconhecimento com àquilo que crescemos ouvindo e acreditando, e é preciso ler pensando que o desafio de compreender precede a oportunidade de criticar.
O movimento Acordem e Progresso agradece todos os participantes do Acorde pra Política. Esse 1º ciclo só foi tão bem sucedido graças à todas as pessoas que representaram suas posições, partidos, idéias e visões de mundo; e àquelas que participaram dispostas a ouvir, ampliar o seu repertório e aprender. Aprendemos muito!
E recebemos a oportunidade de fazer mais 3 encontros nas próximas segundas-feiras na PUC. Estamos pensando em fazer debates nos quais as pessoas devem defender certos pontos de vista, não necessariamente o seu. Postem comentários sugerindo temas e estruturas de debates!